Ministério para Crianças do GOSJB ( Teresina-Piauí ): junho 2009

terça-feira, 9 de junho de 2009

A grande festa de Corpus Christi















Para quem não sabe, a Eucaristia – o pão e o vinho consagrados na Santa Missa – tratam-se do próprio Corpo e Sangue de Cristo. Quando o padre toma o pão em suas mãos e repete as palavras de Cristo: "isto é o meu corpo, que será entregue por vós" e em seguida, tomando o vinho em suas mãos, repete outras palavras ditas por Cristo: "isto é o meu sangue; o sangue da nova e eterna aliança, que será derramado por vós e por todos", realmente, por mais que vejamos apenas um pequeno pão e um cálice de vinho, estamos diante do Sacratíssimo Corpo de Nosso Senhor Jesus Cristo, no caso do pão, e do Seu Preciosíssimo Sangue, no caso do vinho. Ou seja, estamos diante de Deus que se faz presente como alimento para nós – alimento para a nossa fé. Isto porque quando o padre agradece a Deus pelo dom do pão e do vinho e faz a consagração, pão e vinho se transformam em corpo e sangue, embora não pareça ter ocorrido nada.
Estes gestos de Cristo, repetidos pelos padres nas Santas Missas que participamos todo Domingo – ou todo dia, para quem tem esta oportunidade – foram ensinados e ordenados por Cristo no momento da última ceia com seus discípulos, que conhecemos como a Santa Ceia. Nesta última ceia que Cristo teve com seus discípulos, ele, fazendo estes gestos de tomar o pão e o vinho, dar graças ao Pai do Céu e oferecer a eles dizendo estas palavras, encerrou este momento ordenando seus discípulos (naquele tempo) e ordenando também os padres (hoje): "fazei isto em memória de mim". E assim os discípulos fizeram, celebrando as Santas Missas nas primeiras comunidades cristãs; e assim, hoje, os nossos padres, bispos e o Santo Padre, o Papa, repetem estes gestos de Cristo, celebrando a Santa Missa.
A Festa que conhecemos por Corpus Christi é uma homenagem à Sagrada Eucaristia, pão e vinho consagrados, ou melhor dizendo, ao Corpo e ao Sangue de Cristo, deixado a nós como herança, que é comemorada há muito tempo. Dizem que esta festa surgiu na Idade Média, onde depois de quarenta dias da Páscoa (Ascensão do Senhor), mais dez dias (Pentecostes), mais sete dias (Santíssima Trindade) e mais cinco dias, ou seja, numa quinta-feira, é comemorada a celebração solene de Corpus Christi (Corpo de Cristo, em latim). Esta celebração é bastante comemorativa, pois se trata de uma grande homenagem da Igreja, povo de Deus, ao próprio Senhor da Igreja, Deus, com uma solene celebração, seguida de uma procissão (com Jesus Eucarístico), encerrando com um momento de Adoração ao próprio Deus,que é digno de toda esta ação de graças.

Às crianças: "Irmã Juliana e a Lua Cheia Brilhante"

Conta-se que esta comemoração tradicional de Corpus Christi começou em um lugar muito distante. Numa das casas de uma dessas aldeias, nasceu, há muito tempo atrás, uma menina chamada Juliana. Ficando órfã aos cinco anos de idade, junto com sua irmã Agnes foram confiadas aos cuidados de umas freiras em uma outra região. Ali receberam uma boa educação e aprenderam a viver piedosamente, adaptando-se ao estilo de vida das religiosas. Assim, com apenas 14 anos de idade ingressou definitivamente no convento com as freiras.
O amor e a devoção da Irmã Juliana de Cornillon ao Santíssimo Sacramento sempre chamou a atenção pela sua imensa devoção. Era Deus que já ia preparando-lhe o coração para que servisse em uma grande missão de espalhar por todo o mundo o valor da Sagrada Eucaristia.
Alguns anos depois, irmã Juliana encontrava-se em oração quando teve a visão de um astro semelhante à lua cheia brilhante, mas com uma pequena manchinha preta. Temendo ser vítima de uma visão maligna, suplicou a Deus que lhe esclarecesse as visões, que passaram a se repetir todo santo dia.
Só depois de dois anos é que Nosso Senhor revelou o significado daqueles sonhos, dizendo-lhe: “A lua representa a Igreja e suas festas. E a manchinha preta significa a falta da solenidade que eu desejo que seja criada, para despertar a fé dos povos e para o bem espiritual dos meus eleitos. Quero que uma festa especial seja estabelecida em honra ao Sacramento do Meu Corpo e do Meu Sangue”.
No momento que julgou apropriado, irmã Juliana contou às autoridades religiosas a missão que havia recebido. Falou com Dom Roberto de Thorote (o seu bispo), ao doutor Dominico Hugh e ao bispo dominicano dom Jacques de Pantaleón de Troyes, que mais tarde seria eleito Papa, chamando-se Urbano IV.
Dom Roberto convocou uma reunião importantíssima e disse aos seus padres, religiosos e e todos que se encontravam por lá que a festa de Corpus Christi passaria a ser celebrada. Porém, o bispo faleceu naquele mesmo ano e não viu seu desejo realizado. Muitos dos que se haviam oposto á celebração da festa ficaram aliviados, pois achavam que irmã Juliana estava ficando maluquinha com aquelas idéias. Mas a irmãzinha passou a ser perseguida por causa de sua missão, sendo inclusive transferida por certo tempo para um lugar muito distante.
Apesar disso, algunsa anos depois, um Cardeal (que é bispo, também), decidiu instituir a solenidade de Corpus Christi em toda a sua Diocese. Foi ele mesmo quem conduziu o Santíssimo Sacramento na primeira procissão eucarística na Igreja de San Martin, na cidade da Irmã Juliana.
Depois de anos de perseguição e sofrimento, a irmã Juliana viu sua missão concretizar-se. Mas não conseguiu ver a festa em honra ao Santíssimo Sacramento ser estendida a toda a Igreja, por todo o mundo, pois veio a falecer pouco tempo depois de seu sonho ter se tornado realidade na sua cidadezinha.
Então, algum tempo depois, o Papa Urbano IV, que anos antes ouviu pessoalmente toda a história de irmã Juliana, determinou que a solenidade de Corpus Christi fosse celebrada pela Igreja em todo o mundo.
(fonte: http://www.itu.com.br/noticias/detalhe.asp?cod_conteudo=9737)

Aos tios:

E hoje temos esta data não somente como um feriado nacional, mas uma grande festa comemorada por toda a Igreja e por todo o mundo, sendo celebrada na quinta-feira após o dia da Santíssima Trindade, como de tradição, e em muitos lugares o povo ornamenta as ruas por onde Jesus vai passar com tapetes feitos a partir de vários novos elementos, como tampinhas descartáveis, flores, folhas, cascas de ovos, borra de café, por exemplo, e novas cores, para esta tradicional procissão, com maior beleza e homenagem a Deus, que é digno de tudo isso.
Por isso, na próxima quinta-feira, dia 11 de junho, vamos seguir Jesus, como verdadeiros discípulos e missionários, sem termos vergonha de dizer a todos que somos católicos e cremos em Jesus Cristo, pão da vida, pão do amor. Sigamos Jesus Eucarístico, exposto no ostensório como nossa bandeira, nossa vitória, nosso bem maior. Reafirmemos nossa fé, na alegria de ter um Deus que caminha conosco, que se compadece de nós, que nos consola, nos cura e nos salva. E unidos, a uma só voz gritemos ao mundo:

Jesus Sacramentado, nosso Deus amado!

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Aos Evangelizadores: Santo Padre, Bento XVI, responde às crianças

– Meu nome é Anna Filippone, tenho 12 anos, sou coroinha, venho da Calábria, da diocese de Oppido Mamertina-Palmi. Papa Bento, meu amigo Giovanni tem um pai italiano e uma mãe equatoriana e é muito feliz. O senhor acha que diferentes culturas um dia poderão viver sem brigar pelo nome de Jesus?

– Bento XVI: Eu soube que vocês queriam saber como nós, quando éramos crianças, nos ajudávamos reciprocamente. Tenho que dizer que vivi os anos do Ensino Fundamental em um pequeno povoado de 400 habitantes, muito afastado dos grandes centros. Portanto, éramos um pouco ingênuos e, nesse povoado, havia, por uma parte, agricultores muito ricos e outros menos ricos, mas acomodados; por outra, pobres empregados, artesãos. Nossa família, pouco antes de que começasse a escola primária, havia chegado a este povoado procedente de outro e, portanto, éramos um pouco estrangeiros para eles, inclusive o dialeto era diferente. Nesta escola, portanto, refletiam-se situações sociais muito diferentes. Contudo, dava-se uma bela comunhão entre nós. Eles me ensinaram seu dialeto, que eu ainda não conhecia. Colaboramos bem, e tenho de confessar que em algum momento, naturalmente, também briguei, mas depois nos reconciliamos e esquecemos o que havia acontecido. Isto me parece importante. Às vezes, na vida humana parece inevitável brigar; mas o importante é, de qualquer forma, a arte de reconciliar-se, o perdão, voltar a começar e não deixar a amargura na alma. Com gratidão, recordo como colaborávamos todos: um ajudava o outro e seguíamos juntos nosso caminho. Todos éramos católicos e isso era naturalmente uma grande ajuda. Assim, aprendemos juntos a conhecer a Bíblia, começando pela Criação até o sacrifício de Jesus na Cruz, e chegando aos inícios da Igreja. Juntos aprendemos o catecismo, aprendemos a rezar e nos preparar-nos juntos para a primeira confissão, para a primeira comunhão: aquele foi um dia esplêndido. Compreendemos que o próprio Jesus vem a nós e que não é um Deus distante: entra na própria vida, na própria alma. E, se o próprio Jesus entra em cada um de nós, nós somos irmãos, irmãos, amigos e, portanto, temos de comportar-nos como tais.

Para nós, esta preparação para a primeira confissão, como purificação de nossa consciência, de nossa vida, e depois também a primeira comunhão, como encontro concreto de Jesus, que vem a mim e a todos, foram fatores que contribuíram para formar nossa comunidade. Eles nos ajudaram a avançar juntos, a aprender juntos a reconciliar-nos, quando era necessário. Fizemos também pequenos espetáculos: é importante também colaborar, prestar atenção um no outro. Depois, aos 8 ou 9 anos, eu me tornei coroinha. Naquele tempo não havia ainda coroinhas mulheres, mas as meninas liam melhor que nós. Portanto, elas liam as leituras da liturgia, nós éramos coroinhas. Naquele tempo, ainda havia muitos textos em latim que era preciso aprender; deste modo, cada um teve que realizar sua parte de esforço. Como disse, não éramos santos: tivemos nossas brigas, mas de qualquer forma, dava-se uma bela comunhão, na qual a diferença entre ricos e pobres, inteligentes e menos inteligentes não contava. Contava a comunhão com Jesus no caminho da fé comum e da responsabilidade comum, nos jogos, no trabalho comum. Encontramos a capacidade para viver juntos, para ser amigos, e apesar de que, desde 1937, ou seja, há mais de 70 anos, já não morei mais nesse povoado, mas continuamos amigos. Aprendemos a aceitar-nos um ao outro, a levar o peso um do outro. Isso parece-me importante: apesar de nossas fraquezas, nós nos aceitamos e com Jesus Cristo, com a Igreja, encontramos juntos o caminho da paz e aprendemos a viver bem.

– Chamo-me Letizia e queria lhe perguntar. Querido Papa Bento XVI, o que queria dizer para o senhor, quando era pequeno, o lema: “As crianças ajudam as crianças”? O senhor tinha pensado que alguma vez chegaria a ser Papa?

– Bento XVI: Para dizer a verdade, nunca pensei que seria Papa, pois, como já disse, era um jovem bastante ingênuo, em um pequeno povoado muito afastado das cidades, na província esquecida. Éramos felizes de viver nessa província e não pensávamos em outras coisas. Naturalmente conhecemos, veneramos e amamos o Papa – era Pio XI –, mas para nós era uma altura inalcançável, quase outro mundo: era nosso pai, mas, de qualquer forma, uma realidade muito superior a nós. E tenho de dizer que ainda hoje me custa compreender como o Senhor pôde pensar em mim, destinar-me a este ministério. Mas o aceito de suas mãos, ainda que é algo surpreendente e me parece que vai muito além de minhas forças. Mas o Senhor me ajuda.

– Querido Papa Bento. Sou Alessandro. Queria perguntar-lhe: o senhor é o primeiro missionário; nós, jovens, como podemos ajudá-lo a anunciar o Evangelho?

– Bento XVI: Eu diria que uma primeira maneira é esta: colaborar com a Obra Pontifícia da Infância Missionária. Deste modo, vocês fazem parte de uma grande família, que leva o Evangelho ao mundo. Deste modo, pertencem à uma grande rede. Vemos aqui como é representada a família dos diferentes povos. Vocês estão nesta grande família: cada um põe sua parte e juntos são missionários, promotores da obra missionária da Igreja. Têm um belo programa, indicado por sua porta-voz: escutar, rezar, conhecer, compartilhar, ser solidários. Estes são os elementos essenciais que constituem realmente uma forma de ser missionário, de fazer crescer a Igreja e a presença do Evangelho no mundo. Quero sublinhar alguns destes pontos.

Antes de tudo, rezar. A oração é uma realidade: Deus nos escuta e, quando rezamos, Deus entra em nossa vida, faz-se presente entre nós, age. Rezar é algo muito importante, que pode mudar o mundo, pois torna presente a força de Deus. E é importante ajudar-se para rezar: rezamos juntos na liturgia, rezamos juntos na família. Eu diria que é importante começar o dia com uma pequena oração e acabar também o dia com uma pequena oração: lembrar dos pais na oração. Rezar antes do almoço, antes do jantar, e por ocasião da celebração comum do domingo: Um domingo sem missa, a grande oração comum da Igreja, não é um verdadeiro domingo: falta-lhe o coração do domingo, assim como a luz para a semana. Vocês podem também ajudar os demais, especialmente quando talvez não se reza em casa, quando não se conhece a oração, ensinando-os a rezar: ao rezar com eles, vocês os introduzem na comunhão com Deus.

Depois, deve-se escutar, ou seja, aprender realmente o que Jesus nos diz. Também é preciso conhecer a Sagrada Escritura, a Bíblia. Na história de Jesus, aprendemos – como disse o cardeal –, o rosto de Deus, aprendemos como é Deus. É importante conhecer Jesus profundamente, pessoalmente. Deste modo, Ele entra em nossa vida e, através de nossa vida, entra no mundo.

Também é preciso compartilhar, não se pode querer as coisas só para si mesmo, mas para todos; dividir com os demais. E se vemos que outro talvez tem necessidade, que tem menos qualidades, temos de ajudá-lo, e deste modo tornar presente o amor de Deus sem grandes palavras, em nosso pequeno mundo pessoal, que faz parte do grande mundo. Deste modo, juntos nos convertemos em uma família, na qual se tem respeito pelo outro: suportar o outro em sua alteridade, aceitar também os antipáticos, não deixar que se fique marginalizado, mas ajudá-lo a integrar-se na comunidade.

Tudo isso quer dizer simplesmente viver nesta grande família da Igreja, nesta grande família missionária: viver os pontos essenciais como compartilhar o conhecimento de Jesus, a oração, a escuta recíproca e a solidariedade já é uma obra missionária, pois ajuda a que o Evangelho se converta em realidade em nosso mundo.

Fonte: http://www.zenit.org/article-21751?l=portuguese